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FACTA . sexta-feira, 25 de junho de 2021
Com recorde de público Conferência FACTA WPSA-Brasil encerra programação discutindo soluções para a avicultura

Evento, promovido entre os dias 22 e 24 de junho, contou com a presença de congressistas do Brasil e da América Latina

A Conferência FACTA WPSA-Brasil 2021, finalizada na noite de quinta-feira, 24/06, marcou um momento histórico para a avicultura brasileira, com a presença de mais de 190 congressistas por dia. Durante três dias, palestrantes nacionais e internacionais falaram para conferencistas de 15 países, em uma confluência de conteúdos altamente técnicos e pertinentes para o setor.

A 38ª edição do evento contou com tradução simultânea para Português e Espanhol e, embora remoto, os participantes interagiam por meio de perguntas enviadas aos moderadores e colocadas aos palestrantes durante os debates.

Para o presidente da FACTA, Ariel Mendes, a Conferência foi um momento histórico para a avicultura brasileira, que requereu um enorme esforço da diretoria da fundação para ultrapassar muitas barreiras. “Embasados pelo tema deste ano, que abordou a tecnologia no campo e fora dele, sendo usada para atender as demandas dos novos tempos, a Conferência foi um sucesso. Mostra disso foram os mais de 340 inscritos, de diferentes nacionalidades e da ampliação da nossa rede de colaboração para a avicultura na América Latina”.

O diretor de eventos da FACTA, Rodrigo Garófallo Garcia, acrescentou que o sucesso do evento, que manteve a alta audiência durante os três dias, se deveu a “uma confluência de excelentes ideias de toda a equipe da FACTA, ações assertivas e palestrantes muito comprometidos e motivados em fazer do evento esse acontecimento brilhante que foi apresentado”.

Soluções de médio e longo prazo

O último dia do evento contou com a apresentação dos membros do Corpo Técnico da FACTA, Eva Hunka e Luciano Lagatta, além de uma grade técnica muito sólida, o terceiro dia da Conferência teve a presença de palestrantes referência no Brasil e na América Latina, como é o caso da pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Teresinha Bertol, que falou sobre a utilização de cereais de inverno na nutrição de aves.

Nos últimos tempos vários fatores contribuíram para o crescimento da demanda de cereais de inverno para a alimentação animal, como o aumento mundial da demanda de milho que não foi acompanhado pela oferta. A nível nacional, houve um crescimento expressivo da produção de proteína animal e também uma elevação da produção de etanol de milho. “Temos uma previsão para o próximo ano, de uma produção de 3,2 bilhões de litros de etanol a partir do milho, o que vai demandar aproximadamente 7 milhões de toneladas de milho”, enumerou a especialista.

Ao mesmo tempo, houve uma redução de oferta de grãos no Brasil e no mundo, em função da quebra de safras - por secas ou outros eventos climáticos - que fizeram com que os estoques mundiais de milho fossem reduzidos, ao mesmo tempo que no Brasil os investimentos em logística priorizaram o transporte para exportação, e não o abastecimento interno.

“Quando se fala em substituir milho por outros cereais é inevitável a comparação dos valores nutricionais, o que podemos observar, comparando cereais de inverno com o milho, em primeiro lugar, é um maior teor de proteína e um conteúdo menor de energia metabolizada nos cereais de inverno”, explicou.

O trigo é o cereal de inverno que mais se aproxima do milho em relação ao valor energético e mesmo assim, para frangos, ele fica em torno de 300 quilocalorias (kcal) abaixo do valor energético do milho.

“Há uma tendência de aumento da demanda de cereais de inverno para a alimentação animal no Brasil e no mundo. Cujo potencial de uso e a equivalência dos cereais de inverno em relação ao milho dependem o valor nutricional dos materiais disponíveis. No Brasil, já estão em desenvolvimento planos para a expansão da produção de cereais de inverno com essa finalidade”, concluiu.

Nutrição em pauta

A diretora de cursos e publicações da FACTA, Ibiara Paz, também professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), falou sobre a interação nutrição, comportamento e qualidade do produto final.

A boa interação entre a nutrição e o comportamento reflete diretamente na qualidade do produto final, e para fazer isso da forma correta é preciso fornecer, via dieta, condições para que a saúde intestinal se mantenha satisfatória, para que ela absorva adequadamente os nutrientes e produza serotonina.

A produção de serotonina e os níveis de serotonina circulante melhoram em frangos de corte alimentados com aditivos destinados à saúde intestinal. Resultando em aves menos reativas e estressadas e, também, em um produto final de melhor qualidade.

Esses comportamentos de resiliência e reatividade são favorecidos pelo aumento da serotonina e, consequentemente, pela diminuição de corticosterona.

“Também é possível verificar uma melhoria na qualidade de cama, que resulta em aves com menos pododermatite e menor contaminação de carcaça. E tudo isso vai refletir em uma melhor qualidade e aproveitamento do produto final”, explicou Ibiara.

As novas tecnologias

Seguindo com a grade técnica especializada, o professor da Universidade Tuiuti do Paraná, José Maurício França, abordou as novas tecnologias em processamento. “Quando falamos em recalculando e novas tecnologias dentro de um frigorífico é preciso pensar nas conexões que o compõem, tanto na parte integrada a produção animal quanto o comércio. Esses fatores de influência são: genética, nutrição, saúde e manejo, que impactam diretamente na qualidade da carcaça, nas variáveis de segurança alimentar e de mercado”.

Para concluir, o professor recomendou que, antes de se falar em tecnologias, é preciso incorporar as já existentes. “Acredite nas boas ideias quando elas chegarem, esteja pronto, o grande salto, em meu ponto de vista, será agora com as mudanças vindas do blockchain – é preciso considerar e gerenciar todas as informações de forma estratégica. Crie sistemas robustos e curvas de aprendizado para programar o futuro. E aceite que o novo vem, e não há como reverter esse processo”.

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