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Intercorte São Paulo . terça-feira, 21 de novembro de 2017
Genética como estratégia para a pecuária e papel das redes sociais são os destaques do primeiro dia da InterCorte São Paulo

Evento vai até sexta, no WTC, em São Paulo, e tem mais de 35 horas de conteúdo

 Teve início nesta quarta (15/11), a InterCorte São Paulo, o mais consistente evento da cadeia produtiva da carne, que vai até sexta (17), no WTC Events Center, na capital paulista. Com dois auditórios e um espaço para degustação de carne, a InterCorte São Paulo reúne uma série de iniciativas de diversos grupos que fazem a pecuária do dia a dia e pensam no futuro da atividade.


Para o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, que esteve na abertura do evento, o fortalecimento da sustentabilidade da atividade é o que vai nortear todos os debates da pecuária daqui para frente. “O Brasil aceita o desafio de demonstrar que produz proteína animal com sustentabilidade. Somos vanguarda dessa economia de baixo carbono, da economia verde e o nosso setor de proteína é exemplar nesse sentido. A InterCorte dá grande espaço para discussões de sustentabilidade e de genética, que é um aspecto fundamental para a produtividade”, ressalta Jardim.

O diretor executivo da Acrimat – Associação dos Criadores de Mato Grosso, Luciano Vacari, representando os estados pelos quais a InterCorte passou este ano, destacou o papel de eventos como esse superar as crises por que o setor passou. “Somos grandes entusiastas desta iniciativa porque entendemos que através de eventos como a InterCorte que vamos conseguir superar os desafios. 2017 foi um ano de provação para a pecuária brasileira, tivemos inúmeros desafios, uns maiores do que os outros e saímos ilesos. Foi um ano em que a credibilidade brasileira foi colocada em xeque e que, apesar de tudo, as exportações brasileiras bateram recordes em cima de recordes. Foi um ano que, sem dúvida alguma, vai entrar para a história da pecuária do Brasil”, afirma Vacari, que anunciou que a edição de 2018 da InterCorte será aberta em Cuiabá nos dias 12 e 13 de abril, finalizando com a realização do Festival Braseiro, um dos maiores do Brasil de churrasco, no dia 14.

“Caminhos da genética” destaca reflexos da escolha correta na qualidade da carne
Quase 10 horas dedicadas a debater e enfatizar a importância da genética no processo de produção da pecuária. Assim foi o primeiro dia de palestras da InterCorte São Paulo. Mais de 30 debatedores participaram dos seis blocos do painel “Caminhos da Genética”, um desdobramento do projeto “Caminho do Boi”, iniciativa criada para que os visitantes simulem o trajeto realizado pelo animal de corte, desde a fazenda até o varejo. A cada edição da InterCorte São Paulo, uma dessas etapas será aprofundada, começando pela genética.

Temas como as aplicações práticas do melhoramento genético, o impacto no uso de animais melhoradores selecionados em testes de desempenho e eficiência alimentar, o uso da genômica no campo, produtividade, lucratividade e sustentabilidade na utilização de animais melhorados e a reprodução foram o norte para os debates e apresentações, que mostraram aos presentes a importância estratégica e a influência de uma boa escolha genética na qualidade da carne a ser comercializada.

“Atingimos o nosso objetivo que era falar de genética e mostrar a importância para o criador. Começamos com a avaliação visual e finalizamos com reprodução, passando por todas as ferramentas disponíveis para o desenvolvimento de um programa de melhoramento genético. Conseguimos mostrar aos participantes que precisamos pensar no negócio como um todo, dando o mesmo peso para todas as etapas”, analisa Renata Helena Branco Arnandes, Diretora Técnica de Departamento do Instituto de Zootecnia – IZ, um dos parceiros do “Caminhos da Genética” na InterCorte São Paulo.

“Precisamos nos preparar, quase que dobrar nossa produtividade para acompanhar o crescimento da população até 2050. Temos um espaço muito grande para o país como produtor de alimento e não conseguimos atender essa necessidade se não falarmos de genética”, finaliza a pesquisadora.

Uso das redes sociais em prol da pecuária é tema de painel
A manhã do primeiro dia da InterCorte São Paulo reuniu líderes de grupos criados para debater e trocar informações sobre a pecuária nacional, além de formadores de opinião do setor no painel “Importância das redes sociais para a melhoria da pecuária e seus líderes”, realizado no auditório “Caminhos do Boi”.

Participaram do painel Wagner Pires, do Grupo de Pastagem Sustentável, Oswaldo Furlan Junior, do GPB (Grupo Pecuária Brasil), Daniel Pagotto, da Tratto Consultoria, Luís Felipe Moura Pinto, do Pasto On Line, Rodrigo Albuquerque, do Beef Radar, Erika Bannwart, do GPB Rosa e NFA – Núcleo Feminino do Agronegócio e Vanessa Sabioni de Almeida, do Agro Mulher.

Na abertura do painel o moderador Daniel Pagotto apresentou dados de uma pesquisa da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio, que mostra a evolução do acesso ao ambiente digital entre os pecuaristas. Segundo o levantamento, em 2017 cerca de 61% dos pecuaristas possuem smartphone, um cenário bem diferente de 2013, quando apenas 17% deles tinham acesso a essa tecnologia. A pesquisa ainda mostrou que em 2013 apenas 47% dos criadores acessavam mensalmente alguma rede social e em 2017 esse número subiu para 77%, sendo que 96% desse total utilizam WhatsApp e 67% o Facebook.

“Esses dados mostram que as pessoas da pecuária precisam estar atentas e adaptadas para as atualizações do mundo digital, principalmente para movimentos como os grupos de discussões nas redes sociais, que auxiliam muito o desenvolvimento do setor no país”, afirma Pagotto.

Wagner Pires, administrador do grupo de Pastagem Sustentável, que possui hoje mais de 270 participantes, destacou que existe atualmente uma interação muito grande entre os pecuaristas nas redes sociais, sendo difícil ficar de fora desse mundo digital. “Hoje a necessidade de informação é grande, mas a de compartilhar é ainda maior. Não existe mais a possibilidade de um técnico ou pecuarista guardar para si suas experiências e dificuldades. As redes sociais possuem um papel fundamental para difundir e compartilhar os resultados”, destaca Wagner.

Para Furlan, do GPB, os grupos são uma forma fundamental de unir a cadeia, pois fomentam a troca de informações entre participantes. “Não devemos instaurar a rivalidade entre os grupos, mas, sim, nos unir com propósitos em comum, buscando a união do setor em prol do desenvolvimento comum da pecuária brasileira”, explica.

Profissionais da Pecuária Sustentável
Ainda no primeiro dia da InterCorte foib  realizado o evento "Caminhos para a Pecuária Sustentável”, promovido pela Associação dos Profissionais da Pecuária Sustentável (APPS), com palestras sobre boas práticas e bem-estar animal, nutrição, pastagens, melhoramento genético e reprodução e sanidade.