Ação rápida. Essa é a postura que o Brasil deve adotar para aproveitar suas potencialidades e vencer desafios para ingressar de forma definitiva na era da conectividade. A avaliação foi unânime entre as empresas ABB, GE, Huawei, IBM, Qualcomm, Samsung e Siemens, que participaram do Fórum ABINEE TEC, com o tema Conectividade, realizado nesta terça-feira (25), no São Paulo Expo, durante a 29ª FIEE. O evento contou com a participação de cerca de 600 pessoas.
O painel, coordenado pelo pesquisador Silvio Meira, destacou a mudança de paradigma trazida pelas novas tecnologias e pela quantidade de dados disponíveis, onde “tudo e todos estão conectados”. Segundo ele, o futuro tem que ser “encantado no presente”. “Este não é um esporte para espectador. Temos que estar no jogo para aproveitarmos todas as oportunidades”, disse.
Segundo o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Guto Ferreira, também presente no Fórum, muitos dos temas relacionados às novas tecnologias ainda estão no campo teórico. “Há cinco ou seis anos discutimos smart cities e ainda estamos no mesmo lugar. O governo tem que sair da teoria e apresentar caminhos factíveis”, afirmou. Em sua opinião, se a economia brasileira não fizer a migração do analógico para o digital, o País corre o risco de ficar 50 anos atrasado em relação ao mundo.
Para o presidente da empresa ABB, Rafael Paniagua, a 4ª revolução industrial está em ritmo acelerado, com o aumento da utilização da automação, machine learning, impressão 3D, entre outras tecnologias. Para ilustrar o atual estágio do Brasil, o executivo ressaltou o robô industrial Yumi criado pela empresa que, pela legislação brasileira, não pode ser utilizado. “Precisamos de regulamentações e normativas que permitam a absorção tecnológica”, defendeu.
Gilberto Peralta, diretor Regional da GE Capital Aviation Services, também considera que o Brasil está atrasado. “Se não acelerarmos o passo, vamos ficar para trás”, afirmou. Ele elencou a capacidade de investimento como o principal obstáculo a ser superado. “Para isso, é inevitável a criação de incentivos fiscais e a redução de impostos que deem condições isonômicas de competição”. Outro entrave, em sua avaliação, é o registro de patentes. “Temos um importante centro de inovação no País, com engenheiros brasileiros repatriados, mas o registro das patentes é feito fora, pois aqui pode demorar 14 anos para sair”, observou.
Indagado pelo moderador Silvio Meira sobre como uma empresa pode ter uma existência de longo prazo, o presidente da HPE - Hewlett Packard Enterprise, Ricardo Brognoli, disse que uma companhia sobrevive no mercado apenas com inovação, transformação e adaptação. Outra questão destacada por Brognoli diz respeito à formação de parcerias entre vários players do mercado. “Nenhuma empresa tem sozinha uma solução do início ao fim”. O executivo também destacou a necessidade de manutenção de Lei de Informática no País.
A importância dessa política para área de produtos de tecnologia da informação e comunicação (TICs) também foi ressaltada pelo vice-presidente da Samsung, Benjamin Sicsu. Segundo o executivo, a Lei de Informática propicia o investimento em inovação no País. Sicsu criticou, entretanto, a análise por parte do governo dos relatórios de P&D atrasados. “Defendemos a proposta da Abinee de reinvestimento desses recursos para resolvermos problemas do futuro e não ficarmos presos ao passado”.
Para atender a demanda de dados no País, a infraestrutura é fator-chave. A observação foi feita pelo diretor da Huawei, Carlos Lauria. “O Brasil hoje enfrenta gargalos com o licenciamento para instalação de Estações Rádio-Base (ERBs) e burocracia para instalação de antenas”, disse.
O diretor da Qualcomm, Francisco Soares, afirmou que o conceito de 5G será fundamental para a introdução da Internet das Coisas. “Não é só aumento de capacidade, é um novo conceito de rede”. Ele ressaltou também a importância das faixas de frequência, ainda não licenciadas, para utilização em áreas como a saúde.
Fabio Rua, diretor da IBM, afirmou que o mundo está entrando na terceira era da computação. “A primeira foi a da contagem e tabulação, depois tivemos a era da programação e agora da cognição”, explicou. Segundo ele, esta nova etapa possibilita a “inteligência aumentada” em benefício de diversas áreas como saúde, comércio, agricultura e gestão pública. “Não estamos falando de tirar o ser humano dos processos, e sim facilitar a tomada de decisões”.
Para o vice-presidente da Siemens, Renato Buselli, a agregação de novas tecnologias aplicadas ao setor industrial propicia saltos exponenciais de produtividade. “Ainda é desconhecido o impacto que teremos daqui para frente, mas sabemos que será enorme”, disse.
Sobre a FIEE
Organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, principal organizadora de eventos do mundo, a FIEE integra o calendário global da Reed Exhibitions, junto com outras feiras do setor de energia, como Brasil Offshore, Fenasucro & Agrocana, Santos Offshore e no mundo: NEPCON, C-TOUCH & DISPLAY, All-Energy Exhibition & Conference, SPE Offshore Europe, World Future Energy Summit e International Biomass Expo.
Esta edição da FIEE reúne mais de mil marcas nacionais e internacionais em mais de 30 mil m² de área para um público esperado de 50 mil visitantes.
A FIEE conta com apoio da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), IPD Eletron e GREEN Eletron – Gestora para Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos.
Serviço
FIEE - 29ª Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia e Automação
Data: 25 a 28 de julho de 2017 - das 13h às 20h.
Local: São Paulo Expo (Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5 | Água Funda - São Paulo | SP)
Mais informações: www.fiee.com.br