Será que pecuarista não gosta de lucro ou será que está faltando aquele pequeno empurrão? A resposta para essa pergunta vem com o entendimento de que todos nós precisamos de pequenos empurrões para que possamos melhorar cada vez mais nossos processos de tomadas de decisão
*Carlos Gomes, co-founder e CTO da BovExo
Resumo:Será que pecuarista não gosta de lucro ou será que está faltando aquele pequeno empurrão? A resposta para essa pergunta vem com o entendimento de que todos nós precisamos de pequenos empurrões para que possamos melhorar cada vez mais nossos processos de tomadas de decisão. Na pecuária não é diferente. A pecuária brasileira já se mostrou ser sustentável do ponto de vista ambiental, mas ainda há muitos pecuaristas que precisam de um pequeno empurrão para se tornarem sustentáveis.
Já ouviu falar sobre a teoria do empurrão? Basicamente, essa teoria se baseia no princípio de que que as pessoas tomam decisões diferentes, de acordo com a forma como as opções são apresentadas a elas. Ou seja, a forma como você apresenta uma proposta a alguém, você já pode prever a resposta que irá receber. Na verdade, esse pequeno empurrão é tão importante que rendeu, a Richard Thaler, um economista que estuda comportamento de consumidores e decisões racionais, um prêmio Nobel (2017). E o que isso tem a ver com a pecuária brasileira?
Sob diferentes agendas, ocultas por uma clara e absolutamente imprescindível agenda, a de evitar o desastre do aquecimento global, a pecuária brasileira tem sido alvo de muitos ataques. Ataques estes, na maior parte das vezes, tão levianos, inconsequente e desatinada quanto é a reação da maior parte da pecuária brasileira a tais ataques. Vamos aos fatos.
Mais de 70% da produção pecuária nacional é feita a pasto, com baixa intensidade tecnológica (adubação do pasto, suplementação da dieta animal, etc.), resultando numa produção de alta pegada carbônica, com mais de 20 kg CO2eq/kg de carne produzido. E um retorno econômico muito baixo, comparado com alternativas de uso da terra. Na outra ponta, a ponta mais eficiente, verifica-se uma pegada carbônica de menos de 12 kg CO2eq/kg carne. E, acredite, um retorno econômico comparável aos dos melhores empregos da terra. Você quer ler o parágrafo de novo? Sim, é isso mesmo, a mesma tecnologia que reduz a pegada carbônica aumenta, significativamente, o lucro (até 10x maior[1]). Um raro privilégio característico da pecuária, pois, na maior parte das outras indústrias, um processo mais sustentável resulta em aumento de custos. Ou seja, a pecuária pode ser sustentável do ponto de vista ambiental e lucrativa!
Você provavelmente está se perguntando, agora, por quê, então, não ocorre tal transformação. Será que pecuarista não gosta de lucro ou será que está faltando aquele pequeno empurrão? Que ser irracional seria esse pecuarista que não se enquadra na teoria de um Nobel? Assumindo que pecuaristas e técnicos/consultores estejam conscientes e abertos à adoção de tal prática, o pequeno empurrão que falta, pelo lado do produtor, é o da aquisição e implantação (transformação dos processos) da tecnologia[2]. A famosa e conhecida transformação tecnológica que tanto está em voga atualmente, mas que ainda é pouco aplicada por 90% dos pecuaristas.
Então, ao invés de promulgarem (ativistas, influencers, empresas, tomadores de decisão em marketing e consumidores) o “dia sem carne”, deveriam, estes, promover os necessários pequenos empurrões para que os pecuaristas possam ter incrementos do ponto de vista econômico e sustentável.
E o primeiro empurrão necessário é o de financiar a aquisição e implementação de tal tecnologia. Quando mais da metade dos pecuaristas opera sob prejuízo, há pouca capacidade de transformação. Mas, quando esta transformação leva a um patamar de lucro várias vezes maior que o lucro anterior, o risco, para o agente financiador, torna-se mínimo e estabelece-se um círculo virtuoso, que promove uma mais lucrativa e mais sustentável atividade pecuária, o crescimento do agente financiador e uma redução de risco (ambiental) para o consumidor final. Com a grande vantagem de que o montante de lucro incremental gerado ser mais que suficiente para compensar custos, evitando aumento de preços.
Então, vamos tomar a decisão de termos uma pecuária mais lucrativa e mais sustentável? Quer entender como BovExo ajuda o/a pecuarista a conciliar lucratividade e sustentabilidade? Acesse https://app.bovexo.com e explore a nossa demo, ou entre em contacto com um dos nossos especialistas (www.bovexo.com ).
[1]Antonio Chaker (Inttegra) Out/2021 e BovExo – Árvore de Valor (2019)
[2]Pequenos empurrões devem acontecer ao longo da cadeia. O consumidor, junto com o produtor, o elo mais importante para “empurrar” a transformação, deve preferir produtores/marcas mais saudáveis. Distribuidores (supermercados, açougues, etc.), devem privilegiar (melhor exposição) de tais marcas/produtores. Frigoríficos devem privilegiar tais produtores, em sua escala de abate e preços.