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PRETATERRA . sábado, 1 de janeiro de 2022
Produção de alimento em agrofloresta traz mais benefícios para o meio ambiente do que o sistema orgânico

Menor emissão de gases de efeito estufa e da necessidade de terras para produzir são algumas das vantagens da integração lavoura-pecuária-floresta

O agronegócio é composto de diferentes sistemas e, dentro deles, existem muitas possibilidades. A produção em agrofloresta, por exemplo, vem ao encontro da atual demanda por uma agricultura regenerativa e sustentável. A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é um dos sistemas agroflorestais que têm apresentado vantagens nas questões ambientais quando comparado ao sistema orgânico.

 A produção agroflorestal é caracterizada pelo equilíbrio. Nela, é permitida a utilização de substâncias sintéticas, sendo que a escolha dos fertilizantes, herbicidas e demais insumos pode ser feita considerando o nível de toxicidade tanto para o ambiente quanto para o consumidor.

Segundo Paula Costa, engenheira florestal, bióloga e cofundadora da PRETATERRA, geralmente não é necessário utilizar estas substâncias em grandes quantidades, pois o próprio sistema de plantio é planejado para que seja sustentável e consiga fornecer o que as plantas precisam.

Ela explica que também não é preciso realizar muitas limpezas da área para controlar espécies invasoras, principalmente com o decorrer do tempo. “As árvores plantadas junto às espécies agrícolas sombreiam o solo e impedem a germinação (nascimento) de plantas invasoras, como o capim por exemplo”, disse.

Do ponto de vista ambiental e sustentável, Valter Ziantoni, engenheiro florestal, mestre em Agrofloresta e também cofundador da PRETATERRA, explica que as substâncias sintéticas são proibidas na agricultura orgânica. Apenas compostos orgânicos podem ser utilizados. Mas isso, segundo ele, não é necessariamente bom.

“Muitas substâncias desenvolvidas em laboratório são testadas e tem sua eficiência e segurança para o consumo comprovadas. Já substâncias orgânicas não, muitas são utilizadas com base em conhecimentos populares e não há garantia de segurança do alimento e/ou ambiental. Por isso, não se pode afirmar que as substâncias orgânicas são melhores simplesmente por serem naturais. Portanto, a agricultura orgânica não é livre de pesticidas, e sim apenas admite os orgânicos. Mas isso não significa ser melhor, pois a diferença entre os dois tipos não é a toxicidade, mas sim a origem”, disse.

Ziantoni ainda explicou que as substâncias orgânicas para controle de pragas e doenças, por não serem tão eficientes quanto as sintéticas, às vezes são usadas em grandes quantidades e causam problemas ambientais pelo excesso da substância no ambiente. Por exemplo, a eutrofização de lagos por esterco utilizado para adubação. “Como em tudo na vida, a palavra em questão é equilíbrio. Quando este não se faz presente, o sistema de produção orgânico também pode ser prejudicial, caso não seja feito de forma harmoniosa e eficiente”, disse.

Sobre a PRETATERRA

Iniciativa que se dedica à disseminação de sistemas agroflorestais regenerativos, desenvolvendo designs replicáveis e elásticos, combinando dados científicos, informações empíricas e conhecimentos tradicionais com inovações tecnológicas, construindo um novo paradigma produtivo que seja sustentável, resiliente e duradouro. 

Na vanguarda da Agrofloresta, a PRETATERRA projetou, implementou e modelou economicamente o design agroflorestal que ganhou, em 2019, o primeiro lugar em Sustentabilidade do Prêmio Novo Agro, do Banco Santander e da ESALQ, com o case “Café dos Contos”, em Monte Sião (MG). Em 2018, a PRETATERRA ganhou o primeiro lugar em negócios inovadores no concurso de startups no Hackatown e, em 2020, a PRETATERRA esteve entre os finalistas do Prêmio Latinoamerica Verde, de startups e projetos inovadores em sustentabilidade da América Latina. A convite do Principe Charles e do Instituto Florestal Europeu, em 2021 a PRETATERRA passa a liderar a frente agroflorestal da Aliança da Bioeconomia Circular.

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