Além da melhora na saúde e desempenho animal, o reforço na dieta pode auxiliar em alterações no comportamento, facilitando o manejo dos bovinos
O leite está passando por grandes mudanças e um processo acelerado de tecnificação e consolidação. As fazendas maiores seguem crescendo, enquanto as médias e pequenas estão com maior dificuldade de expansão e muitos têm deixado a atividade. O forte aumento de custos após o início da pandemia da Covid-19 acabou agravando a situação e vem exigindo melhores práticas de gestão, investimentos em automação e muita eficiência produtiva. O estudo Projeções do Agronegócio 2022/23 a 2032/33, realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), projeta que o crescimento médio da pecuária de leite fique abaixo dos 2% ao ano.
Ainda, segundo o estudo, a concentração setorial e ganhos de eficiência serão os principais drivers de movimentação a longo prazo. Isso não implica que todos os produtores menores irão sair. “Os excluídos serão aqueles que não se adaptarem a nova realidade de adoção tecnológica, melhorias na gestão e maior eficiência técnica e econômica. Irão permanecer os produtores eficientes. Mas como existe uma diferenciação de preço por volume, haverá sim, uma pressão por aumento de escala”, explicam os autores.
A produção de leite deverá crescer nos próximos 10 anos a uma taxa entre 1,7 e 2,7%. Essas taxas correspondem a passar de uma produção de 34,1 bilhões de litros em 2023 para 40,5 bilhões no final do período das projeções. O crescimento de oferta será principalmente baseado em melhorias na gestão das fazendas e na produtividade dos animais e menos no número de vacas em lactação.
Tabela: Produção, Consumo, Importação e Exportação de Leite
|
Produção (mil t) |
Consumo (mil t) |
Importação (mil t) |
Exportação (mil t) |
2023 |
34.157 |
35.323 |
1.295 |
128 |
2024 |
34.791 |
35.953 |
1.297 |
131 |
2025 |
35.424 |
36.584 |
1.298 |
133 |
2026 |
36.058 |
37.215 |
1.300 |
136 |
2027 |
36.691 |
37.845 |
1.301 |
139 |
2028 |
37.325 |
38.476 |
1.303 |
142 |
2029 |
37.958 |
39.107 |
1.305 |
145 |
2030 |
38.592 |
39.737 |
1.306 |
148 |
2031 |
39.225 |
40.368 |
1.308 |
150 |
2032 |
39.859 |
40.999 |
1.309 |
153 |
2033 |
40.493 |
41.629 |
1.311 |
156 |
Fonte: Elaboração da CGPOP/DAEP/SPA/MAPA e SUEST/SMAE/Embrapa com dados do IBGE; Embrapa Gado de Leite.
* Modelos utilizados: Para produção, consumo, importação e exportação modelo PA.
Variação % 2022/23 a 2032/33 |
|
Produção (milhões de litros) |
18,50% |
Consumo (milhões de litros) |
17,90% |
Importação (milhões de litros) |
1,20% |
Exportação (milhões de litros) |
22,10% |
Fonte: MAPA
Nutrição determina desempenho final do rebanho de produção de leite a pasto
“O pecuarista leiteiro precisa estar atento a todas as fases de desenvolvimento do animal, para garantir a eficiência da propriedade e, consequentemente, o lucro. Um dos pontos de cuidado é a alimentação, que visa certificar um bom desenvolvimento e evitar possíveis prejuízo no futuro”, explica a Responsável Técnica da Minerthal, Letícia de Souza Santos.
A qualidade e consumo da pastagem é um divisor de águas entre um sistema de produção a pasto eficiente ou não. A avaliação da composição química da pastagem é o direcionador para tomada de decisão, de acordo com as frações de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e matéria mineral (MM). As pastagens tropicais são comumente deficientes em alguns nutrientes de acordo com a época de ano, e este déficit causa danos ao desenvolvimento e produtividade na pecuária leiteira.
“Suplementar os nutrientes que o pasto não contempla e que são exigidos pelos animais é uma prática que ajuda a explorar o máximo desempenho neste sistema. Para isso, é indicado suplementar minerais, vitaminas, proteína e energia, dependendo da necessidade animal e da meta de desempenho”, alerta Letícia.
A importância da suplementação se dá por três principais ponto:
"Para a escolha de qualquer estratégia de suplementação a ser utilizada, é necessário um bom planejamento, entendendo quais serão os benefícios, o capital investido e o tempo de retorno. Além disso, a estrutura da propriedade precisa ser adequada e os colaboradores treinados para as rotinas a serem implantadas", finaliza a Responsável Técnica.