Ex-presidente do Banco Central ministrou palestra para um público de quase 300 pessoas no 1º Diálogos Feicorte
Zzn Peres
Henrique Meirelles, Ivan Wedekin e Miguel Daoud no 1º Diálogos Feicorte
O ex-presidente do Banco Central e atual presidente do Conselho Consultivo da J&F Participações ministrou palestra sobre “Os Riscos e Oportunidades da Desaceleração da Economia para o Agronegócio”, na 19ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte). Durante sua palestra, Meirelles ressaltou que o crescimento da economia global terá o nível mais baixo desde 1999, mas isso não deve impedir a agricultura de continuar tendo uma boa performance. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceu 0,6% entre janeiro e março deste ano, a agricultura apresentou desempenho 9,7% nos três primeiros meses do ano ante o último trimestre de 2012.
Meirelles afirmou que para o Brasil crescer de forma sustentável é necessário melhorar os gargalhos na infraestrutura. “O Brasil precisará aumentar investimento para ter potencial de crescimento”, disse, ressaltando, no entanto, que o setor está, de fato, crescendo a produtividade e esta fazendo isso de forma consistente.
O ex-presidente do BC lembrou ainda que o agronegócio não estará totalmente imune ao cenário de desaceleração observado no Brasil e no resto do mundo, mas lembrou que há aspectos positivos para o setor. “A alta do câmbio é positiva para o agronegócio e o aumento da urgência para remover os gargalos na infraestrutura também contribuirá”, disse, lembrando ainda que fatores externos, como a expectativa de maior consumo da carne bovina na China e a maior abertura do Japão para a importação são fatores que também ajudarão no desempenho do setor.
Após sua explanação, Meirelles participou de um debate com o diretor de Commodities da BM&FBovespa, Ivan Wedekin e com o comentarista econômico do Canal Rural, Miguel Daoud. Wedekin também destacou a importância de se buscar produtividade eficiente e de se investir em logística. “Precisamos de logística com padrão Fifa para que sejamos mais competitivos”, disse, referindo-se às manifestações que têm ocorrido no Brasil que pedem, entre outras reivindicações, padrão Fifa para hospitais e escolas.
Já Daoud comentou sobre a alta recente da moeda norte-americana. “O câmbio ajustado na posição correta vai dar condições de investir no setor e atingirmos o patamar aonde nós merecemos estar”, disse.
